quinta-feira, 16 de junho de 2011

NINA


Dez de janeiro, de 2010...
Domingo chuvoso, sombrio de temporal...
Perdemos Nina, nossa cachorra menina.
A dor dilacera o poeta,
mas não lhe tira a rima...

O céu chora lá fora,
choramos nós aqui dentro,
em profundo sofrimento...

Pena, fosses tão jovem
tantas flores ainda para comer...
Tantos buracos a cavar...
Tantas brincadeiras a fazer...

Quem vai lamber os meus pés,
me deixando indignada,
quando, com meus sapatos novos,
eu estiver saindo apressada?

Quem vai deitar-se na porta,
me obrigando a pular por cima,
com jeito displicente
de atrevida menina?

Quem vai ansiosamente
aguardar pelo lixeiro,
latindo tão alto e forte
que se ouvia
no bairro inteiro?

E a sua inseparável companheira,
a velha pincher Babi,
como reagirá sem você por aqui?

Ficará ainda mais rabugenta
pela saudade mordida,
mas como nós aprenderá
a curar sua ferida.

Dizem que quem tem
a chave do céu é São Pedro
e ele, sabendo da sua rebelde alegria,
acreditou que fosse útil
para acabar com a monotonia.

Os querubins andavam
meio fora de forma por lá,
 meio entediados,
sem ter com o que brincar,
mas com a sua chegada
tudo isso irá mudar...

 Ah, Nina! Seu olhar sempre tão terno,
sua alegria genuína...
Nunca a esqueceremos,
vá com Deus boa menina!

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